sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

IGUA(LA)RIAS

… e depois de um chat-chat tão inspirador fiquei certamente, virtualmente apaixonado!
Será da minha fraqueza ou da força dela, por um lado tanta franqueza pelo outro tanta mazela.
Trouxe comigo o sabor das letras , o paladar das palavras, um prato de frases onde tempéro o tempero e ei-lo bem ao gosto de mais um conto ao ponto de exclamar mais um ponto, quero paz, carinho e pronto!
Por esta Via, caminho para uma vida Longa e quem não gosta, que apanhe a via curta, é mais directa! Vai tudo desaguar no mesmo rio.
São tudo campanhas de grandes Impérios, Ilhas, Terras e Oceanos, o Património! A própria Manitou é uma especulação de pequenos mares sujeita a grandes enchentes destrutivas.
Sem saber aprendo. Sem pensar penso. Sem ouvir ouço!
Tragam-me finalmente o grande trago da vida, direi mesmo, como o velho capitão dizia, o bom sabor dos tempos.
Rolo, na palma, e embrulho mais um pouco do tabaco amargo de “some son” de alguém!
Ganho tempo com balelas que vós podeis ler mais tarde, um pouco a seguir ao meu escrito. Arcaico? Não, são termos tão falados por entes ainda tão próximos que nem percebemos que existem. E são estes os ensinamentos do passado que não sabemos. São estes os entes que havemos de relembrar com a mágoa do desperdício que perdi! São estes os genes da tua vida, o corpo que entranhas entranhado em ti. Sim! São estes. Os corpos, as faces e mentes passadas que mal lembras nas memórias da tua vivência. São estes que te dão a vida, a sabedoria, o escutar de tudo aquilo que nunca quiseste ouvir. É a música, o peixe, o trabalho que nunca quiseste tomar e agora, agora pecas pelo não teres querido saber. Levarás contigo, sempre, esse frete, do desinteresse infantil. Afinal ser criança, é isso mesmo, quero lá saber dos velhos. Dirão alguns!
À frente, digo Eu!
Longas histórias contaria eu não fosse este fútil o pensamento do momento. Quero lá saber de vós, que me interessa o futuro com tanto passado por passar ainda ao conhecimento.
Que faço, donde venho, para onde vou? Mais um trago para a vida e logo vos direi.
Saudade da antiguidade!
Presente presente!
Fortuito futuro!
Surjam essas parras, as videiras vivas das vinhas cheias da uva certa de um bom sumo, do fermento velho de um novo vinho. Saltem os homens e mulheres nas vindimas do, verão, que bom suco será, graças ás vindas do calor, do escuro dos lagares, enquanto a laranja cresce. Venha o liquido da fruta espezinhada pelos pés daqueles que tanto amam comer e beber e também não!
Olho em redor aquilo que todos podem ver, que vejo, um mundo de cor diurna e nocturna. Uma imensidão de cores despoleta os meus sentidos no sentido da inspiração que toma conta de mim, e já de todos vós. Venham apreciar a beleza dos píncaros, da noite serrana, dos altos cabisbaixos quando é tempo disso mesmo, tragam convosco o gosto, a vontade espontânea e a saudade dos tempos que não viveram mas que estão convosco e ao vosso alcance.
Descontrai meu!... Amigo!
Digo a mim próprio, no pensamento extra ao texto, “quem me dera escrever tanto e, também, tão bem.” Presunçoso talvez, mas com valor, próprio!
Dirão alguns, como pode, naquele estado, depois de tanto, portar-se como tal?
Digamos, que há forças do mal que nos trazem pelo bem, se assim quisermos aceitá-lo, tal como é!
Rolo e já agora rebolo em minha palma, que escrever não é o mesmo que ler.
Tão tragos tenho que nem sei quantos loucos vejo! Ou será o contrário?
Entendam-se.
Tudo não passa do dissabor de palavras saborosas.
E mais uma vez vocês que se entendam que há muita gentinha aí que nem um caixote verde sabe para o que serve.
Surpreende-me tanta vontade e tão pouco carisma por tanto que se poderia fazer. A carne é fraca, a mente e o povo também. Se fôr o que como e o que bebo não passarei de uns meros metros cúbicos de terra ou de uns decalitros engarrafados.
Só Ar não me chega!
Quero muito mais, todos queremos. Mereçam! Os!
Há um rio que corre e escorre por mim, que já foi ou será de todos vós, água, tudo aquilo que mais nos devia dar a preocupar, limpa. O ciclo que leva mais que a nossa própria existência roda por este ínfimo espaço em tão largo universo e isso diz-nos tanto. Água! Fonte sã das luxúrias de tanto devaneio em tanto tempo por aí perdido, somos tão pouco em tanto tanto!
Entendam-se!
Afinal, só fui ali urinar, e isso… bastou-me!
Adiante que o tempo escassa, sempre. E eu pouco tenho para mim!
Seja muito, pouco, está lá! E tu que julgas tanto ter, e tu que julgas tão ao fim ter chegado, porque questionas ainda o teu ser, o teu estar? Vive. É só isso o que te posso dizer.
Adiante que o pouco tempo escassa, sempre. E eu pouco mais tenho para mim!
Lapso, passo. Prefiro, crasso. Mole como uma gota na substância do vácuo, um pouco de mim em algo que não existe, um pouco do que em mim, está bem, do que em nós, resiste e reside!
O som é o maior passado! E em cada Estrela um sorriso.

Dunas Douradas

Vejo esse doce olhar ao invés do tabaco amargo na minha boca.
Resta um pouco de mim por onde passo e onde não vou!
Felizmente desviei-ma a tempo da borboleta de asa escura ponteada a laranja, pousada numa concha ao Sol junto à orla da espuma do mar. O Sol, o sal e o mar juntos no reboliço da areia.
Caminho ao longo, uma garrafa pousada, não, deitada, cruza-me com outra alma que a toma.
Com um sinal peço que ma entregue e a possa assim depositar. Este ambiente puro e limpo faz-me tremer e arrepiar. Sorriu para quem e para quem não me viu!

O cajado do Ti Manel

Longe de ti, longe de mim.
Inconstante em qualquer lugar.
Tantas noites passei assim. Ansioso por nunca chegar. Mais que nunca e agora como dantes, enfrento os monstros que criei. Janelas do Universo, ventos frios de secar e queimar a pele vindos do mar numa foz qualquer, fazem-se em brisas!
No alto do monte o relaxe sobre a terra castanha, marca na memória de alguns, marca no espaço de todos, um momento nos tempos de outrora que construo hoje. A montanha, os campos e o mar. Sabores do passado, deliciados no presente em investidas do futuro.
O despertar matinal ao som das galinhas e dos animais da quinta, a névoa branca que sobra da noite paira sobre a terra revolvida numa lentidão de espessura. Soltam-se os sons da Natureza e os dos Homens que gostam. Passeiam-se as crias e os filhos na aragem da manhã por um pinhal adubado pelas vacas, passa o tractor lentamente pelas areias soltas, respira-se por todo o lado. Mostradas em cores a quem quer e pode ver, todo o resto fica de sobra para traz e para a frente sem sequer pensar nem no presente. A alegria transforma-se facilmente em euforia na partida de um novo dia.
Acordam-se os mais mandriões do pelotão da noite e lentamente movendo-se no mastigar dos primeiros alimentos, conservam-se ainda em conversas na linguagem dos sonhos. É muito cedo para aqui, muito tarde para ali. Entendam-se em toda a balbúrdia.
Todos sabemos quem somos, agora...
Ser o que sabemos!?...
Vivam as folias da vida.

Algures neste milénio e além do Tejo.

Folhas ramadas.

Sou filho, ser de mãe, sou Pai, fui neto, mas marido nunca fui e Tio sou também de alguém.
Sejam velhos ou sejam novos, sejas quem fores mas alguém sejas, que traga o saco, pão e água, e o estandarte, para bem comer e beber ao desdém até nos enchermos de enfarte e sentem-se, na sombra do Sol, ao fresco do calor, encostados na cal das paredes cruas sem sentido, no beiral estreito do precipício que queda em tanta pedra.
Reflectem-se em charcos as imagens espelhadas das searas ceifadas em terras estreitas por marcos cravadas. Secam folhas ramadas em ramos de troncos antigos e fartos onde se soltam dos pesos de pousos asados dos voos que pairam alados.
Escorre em seiva, a resina da cola pálida em veios de círculos queimados, nas árvores por nós ardidas. É doce e é amarga essa vida... ora cor de face fosse... ora cor negra e parda essa amiga nos trouxe.

Excerto de... texto q escrevi há muito!

"... Há um rio que corre e escorre por mim, que já foi ou será de todos vós, água, tudo aquilo que mais nos devia dar a preocupar, limpa. O ciclo que leva mais que a nossa própria existência a rodar por este ínfimo espaço em tão largo universo e isso diz-nos tanto. Água! Fonte sã das luxúrias de tanto devaneio em tanto tempo por aí perdido, somos tão pouco em tanto tanto!..."